1 de fev. de 2010

A ONU e o Haiti

O Haiti é o assunto do momento. Vale à pena conhecer um pouco de sua História. A ilha de São Domingos foi descoberta por Cristóvão Colombo,em 1492. A sua parte ocidental, onde fica o Haiti, foi cedida à França pela Espanha, em 1697. No século XVIII, a região foi a mais próspera colônia francesa na América. Na Haiti, predomina a raça negra e foi lá onde primeiro se aboliu a escravidão no continente americano, em 1794. A partir desse mesmo ano, a França estendeu o seu domínio sobre toda a ilha. O Haiti tornou-se independente em 1804. A partir de então, os europeus e norte-americanos impuseram um bloqueio econômico sobre o país, por 60 anos. Para a suspensão desse bloqueio, o Haiti teve que pagar à França uma indenização de 90 milhões de francos, o que arrasou a sua economia. Posteriormente, o país foi dividido em dois e a Espanha reocupou a República Dominicana, localizada na parteoriental da ilha. No período de 1915 a 1934, os Estados Unidos
ocuparam o país militarmente. De 1957 a 1971, Francois Duvalier (o Papa Doc), governou o país com mão-de-ferro. Com a sua morte, assumiu o poder o seu filho Jean-Claude Duvalier (o Baby Doc), governando até 1986, também como ditador. A partir de então, o país viveu um período de grande instabilidade, com inúmeros golpes de Estado. Em 1991, a OEA, a ONU e os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao Haiti e, em 1994, a ONU decretou o bloqueio total ao país. A fim de tentar estabilizar o país, no início de 2004 a ONU aprovou o envio de uma Força de Paz, liderada pelo Brasil. Por existir ameaça à paz, a ONU instituiu a Missão de Paz que substituiu a Força de Paz em junho de 2004. Para o comando das forças militares, foi designando o General Heleno, do Exército Brasileiro. O efetivo aprovado pela ONU foi de 6.700 homens, oriundos de 16 países.
A população do país, com predominância da ascendência africana (90%),é de pouco mais de 10 milhões de habitantes, tendo a capital Porto Príncipe cerca de 2 milhões. O idioma mais falado é o crioulo (90%). A maioria da população (60%) professa o catolicismo. A economia é baseada na exportação do açúcar e em outros produtos primários. É o país mais pobre do mundo, com quase 50% de analfabetos e uma renda per capta extremamente baixa. Atualmente, com o terremoto, a economia e a infra-estrutura do país estão totalmente arrasadas. Até o poder político está desestruturado e inoperante. O país não tem governante. Os dois grandes problemas do Haiti sempre foram instabilidade e pobreza. Eles caminham de braços dados. Não é possível separar um do outro. São faces da mesma moeda. A ONU se preocupou apenas com a estabilidade política, como se fosse possível construir uma democracia
em ambiente de extrema pobreza. Quem vive na miséria e passa fome não está interessado em regime político. A sobrevivência é a primeira necessidade do ser humano e os países ricos estão lançando o Haiti nos braços do comunismo. Desde quando interveio no país, em 2004, a ONU não atentou para a importância de um plano que salve a economia do
país e proporcione melhores condições de vida ao povo. O que a ONU está fazendo é administrar a miséria e não investir para acabar com ela. Pensar que quem sempre viveu pobre pode suportar a pobreza até a morte é condenar um povo a viver sem fé e esperança. Se a democracia comandada pelos países ricos, é incapaz de levar esperança a uma população sofrida e pobre, o que tem a fazer é passar um atestado de incompetência. A democracia precisa temer o comunismo e provar que ela tem capacidade, vigor e energia para reconstruir um país e fazer o povo feliz. Em ambiente seco e desfavorável não se pode brincar com fogo. Cuba carrega sempre um tição na mão e pode provocar incêndio.
Ela está pertinho do Haiti. Os países democráticos estão colocando o Haiti nos braços do comunismo (ou socialismo do século XXI). Estão entregando a galinha à raposa, gratuitamente. Os países ricos não podem ficar acomodados diante da tragédia do Haiti, não podem ser lentos na resposta às necessidades do país e da população. O sofrimento tem um limite.